Na maioria dos anos, é possível apontar ao menos três agremiações como favoritas pela cobertura que O CARNAVAL CARIOCA faz no pré-carnaval, acompanhando os ensaios da comunidade, trabalhos nos barracões e avaliando os quesitos. Porém, desta vez, não houve treinos técnicos no Sambódromo, palco principal da folia. Também teve uma grande divisão de forças no sorteio da ordem de desfiles, afinal, é notório que a campeã tradicionalmente sai na segunda-feira. Então, tudo pode acontecer na pista e na apuração.
Ainda assim, podemos destacar algumas escolas que vêm fortes para brigar pelo caneco. Dentre elas, está a Beija-Flor, que voltou a ser grandiosa e luxuosa (como gosta), após o enorme fiasco da 11ª colocação em 2019. A azul e branca também carrega o histórico de nunca ter perdido o título quando fecha o Carnaval (foi assim em 2005, 2011 e 2018). E, desta vez, ela é a última da elite do samba a se apresentar novamente.
Outra bem cotada, é a Viradouro. Ela vem na ingrata posição de segunda de domingo, mas foi vice-campeã na folia passada nesse mesmo lugar (quando acabara de subir da Série A) e tem um fortíssimo patrocínio da prefeitura de Niterói, o que é um diferencial em relação às outras coirmãs. O barracão dos jovens carnavalescos Marcus Ferreira e Tarcísio Zanon está lindo e é o mais adiantado da Cidade do Samba há meses.
Mangueira e Portela desfilam no domingo, mas não vem para brincadeira. Ambas têm quesitos fortes e carnavalescos consagrados. Leandro Vieira vai tentar o bicampeonato na verde e rosa com um enredo polêmico sobre Jesus nos dias atuais, com direito a uma grande crucificação em um carro alegórico. Já Renato e Marcia Lage estreiam na agremiação de Madureira com um tema indígena e um belo visual de cores cítricas, para brilhar ao amanhecer.
Finalmente se apresentando na segunda-feira, o Salgueiro tem ótimos quesitos e carnavalesco, mas peca no samba, o que pode pesar na disputa onde cada décimo é decisivo.
Donas dos melhores sambas da safra, a Grande Rio e Mocidade podem surpreender e chegar lá. A tricolor de Caxias possui a desvantagem de nunca ter vencido e se apresentar no domingo, mas seu hino afro sobre João da Gomeia (que foi um famoso babalorixá da sua cidade) é avassalador e tem tudo para não deixar ninguém parado. A verde e branca de Padre Miguel também vai cantar uma renomada personagem da sua região e do país: a cantora Elza Soares. Com uma grande história e samba, a Mocidade desfila em horário nobre da segunda. O que pode ser um pequeno agravante são os quesitos plásticos e o novo casal de mestre-sala e porta-bandeira.
As escolas que devem brigar pelo meio da tabela são Vila Isabel, Tijuca e Tuiuti. Mais para o final, tendem a ficar Ilha, São Clemente e Estácio de Sá. Neste ano, juram que caem duas novamente. Vamos ver se o regulamento se cumpre.
Enquanto isso, caia na folia relembrando a ordem de desfiles e enredos do Grupo Especial:
Domingo (23/02)
1 - Estácio: "Pedra";
2 - Viradouro: "Viradouro de alma lavada";
3 - Mangueira: "A Verdade vos fará livre";
4 - Tuiuti: "O santo e o rei: encantarias de Sebastião";
5 - Grande Rio: "Tata Londirá: o Canto do Caboclo no Quilombo de Caxias";
6 - Ilha: "Nas encruzilhadas da vida, entre becos, ruas e vielas, a sorte está lançada: salve-se quem puder!";
7 - Portela: "Guajupiá, Terra sem Males".
Segunda (24/02)
1 - São Clemente: "O Conto do Vigário";
2 - Vila Isabel: "Gigante pela própria natureza: Jaçanã e um índio chamado Brasil";
3 - Salgueiro: "O Rei Negro do Picadeiro";
4 - Tijuca: "Onde moram os sonhos";
5 - Mocidade: "Elza Deusa Soares";
6 - Beija-Flor: "Se essa rua fosse minha...".
Confira mais sobre as escolas na coluna Carnaval 2020
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