"Memórias de Pai Arraia - um sonho pernambucano, um legado brasileiro"
Compositores: Martinho da Vila, André Diniz, Mart’Nália, Arlindo Cruz e Leonel
Meus olhos ficavam rasos d'água
A seca minha alma castigava
O sol queimava e rachava o chão
Até os carcarás sofriam no sertão
Cresci, sonhando renovar os sonhos
Revitalizar a vida
Que se equilibra sobre palafita
Dar pra gente tão sofrida
Dignidade e amor
Acordei o campo pra haver justiça
Com o futuro Santos, fé nos ideais
Despertei o povo para um novo dia
brotou esperança nos canaviais
Com ternura me chamavam Pai Arraia
Carinhosamente... Para Arraia
Onde os Arrecifes desenham a praia
um sentimento no coração, no pensamento,
soluções reais
Liberdade se conquista com educação
Juntei os artistas e intelectuais
Pra fazer a cartilha no cordel
Ensinar, abraçar a profissão
buscando na arte a inspiração
Tão bom cantarolar, me emocionar, estar aqui
Pra ver na avenida, meu valor na mensageira Vila
gente aguerrida que defende a tradição do seu lugar
Um movimento de cultura popular
Vem dançar o frevo e a ciranda
Silenciar jamais
Tem maracatu na batucada
E o Galo da Madrugada
misturando os canaviais