Salgueiro
Prepara o alguidar acende a vela
Firma ponto ao sentinela, pede a benção pra vovô
Faz a cruz e risca a pemba
Que chegou exu pimenta e a falange de xangô
Tem erva pra defumar, carrego o meu patua
Adorei as almas que conduzem meu caminho
Ê mojubá Marabo invoque a lua
Que o povo da encruza não vai me deixar sozinho
Sou herança dos malês, bom mandingo e arisco
Uso a pedra de corisco pra blindar meu dia a dia no tacho arruda e
Alecrim ooo!
Bala de chumbo contra toda covardia
Tenho a fé que habita o sertão, de Lampião, o cangaceiro
Feito moreno eu vou viver, mais de cem anos, no meu Salgueiro
Sou espinho qual "fulô" de macambira
Olho gordo não me alcança
Ante o mal a pajelança pra curar
Sempre há uma reza pra salvar
O nó desata, liberdade pela mata
E os mistérios do axé, meu candomblé
Derruba o inimigo um por um
Eu levo fé no poder do meu contra egum
Salve Seu Zé, que alumia nosso morro
Estende o chapéu a quem pede socorro
Vermelho e branco no linho trajado
Sou eu malandragem de corpo fechado
Macumbeiro, mandingueiro, batizado no gongá
Quem tem medo de quiumba, não nasceu pra demandar
Meu terreiro é a casa da mandinga
Quem se mete com o Salgueiro acerta as contas na curimba.
Siga o nosso Instagram @ocarnavalcarioca e fique por dentro de mais novidades!