Após lançar o título "Quem somos nós, Tarsila?", a Unidos de Padre Miguel e o carnavalesco Fábio Ricardo mostram um pouco mais sobre seu enredo para o Carnaval de 2020. Com sua sinopse em fase de finalização, o artista desenvolveu um texto para explicar a ideia central de seu projeto.
Além disso, a escola da Vila Vintém também apresenta sua logo. O responsável pela criação é o designer gráfico, Felipe Taborda que acumula vasta experiência nas áreas de cinema e fotografia, e que vem realizando trabalhos pelo mundo. Entre eles, a curadoria do evento "Footb-All Mix / 32 Posters for a Passionate Game" para a Copa do Mundo de 2018, além de exposições como "Another Point of View" (retrospectiva de seus 30 anos de trabalhos gráficos) e duas mostras simultâneas: "Todo al Revés / La Obra Gráfica de Felipe Taborda", na Espanha, e "Cara a Tapa / La Música Visual de Felipe Taborda", no México.
De acordo com o carnavalesco, o logo tem o objetivo de sair do lugar comum, como explica:
- A parceria com o Felipe foi excepcional! Nossa ideia era sair do básico na criação do logotipo e após uma longa pesquisa conseguimos unir todos os autorretratos que a artista fez ao longo do tempo. Todos os olhares voltados para nós brasileiros, com nossas dúvidas e perguntas: Quem somos nós, Tarsila? E a Unidos de Padre Miguel sendo o centro de quem levará esta grande artista para a avenida.
Leia o texto explicativo sobre o enredo:
"Quem somos nós, Tarsila?"
A arte, o ritmo, o samba. Esse é o enredo, é a vivência que exerce um fascínio sobre os criadores de vários pontos da cidade, do planeta... ali buscamos a fonte para nossas criações, nossos pensamentos e nossas ações artísticas.
"Quem somos nós" é conexão com própria história, é o que inspira ainda hoje os movimentos e as escolas de arte. É na produção das impressionantes pinturas da nossa Tarsila do Amaral, incríveis de imaginar, sonhar, cantar, transformadas em peças-desejo desse enredo, que vamos descobrir e desfrutar Tarsila na Unidos de Padre Miguel em 2020! Será a celebração para um presente futuro atual, entre arte e samba, entre obras e comunidade e entre arte e poesia dançante.
Tarsila como enredo é construir uma brasilidade em que o ancestral se transforma no presente, e agindo em nuances de arte viva é samba-poesia. Gera um sopro, um olhar sensível, produz sensações que fazem sonhar com um novo apogeu para a vermelho e branco da Vila Vintém... Pode apostar! Todos participam, fazendo vibrar a pintura popular brasileira, viva Tarsila!
A narrativa do trabalho da artista fez surgir uma pintura genuína do Brasil, com uma musicalidade e um pensamento que reverenciavam todos os sentidos. Então, cabe também abordar sua arte em sentidos diversos. Isso é “Quem somos nós, Tarsila?” O que faz uma obra de arte ser arte é que ela siga produzindo outras versões da própria existência. Com esse enredo, temos a obra de Tarsila criando mais história, contada através de versos e prosas sobre as pinturas, movimentos sociais e políticos da história do Brasil.
Essa pintora traduz bem o período de seu tempo, entretanto seu pensamento artístico e sua obra são exatamente o reflexo do que ainda hoje vivenciamos! Ela se confunde com a própria história do Modernismo em nosso país. A personalidade da Tarsila-mulher é fruto de um meio social em determinado tempo. Mas veremos que Tarsila é, simultaneamente, em seu período, o exemplo máximo de uma artista aberta e curiosa. Tudo isso vamos contar nos diversos setores do desfile-arte, com um desfile em movimento e renovação!
Abordaremos o Modernismo na pintura como fenômeno único. Assim como Tarsila, que na verdade tratou de definir suas próprias estratégicas, seus tempos e sua estética brasileira, vamos cantar nossas raízes, nossos costumes, nossos imaginários, nossas crenças e nossa personalidade criativa e tão corajosa através dos tempos. Vai lá Tarsila!
Tudo se reinventa com o desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro: falar e cantar o universo da pintura de Tarsila é descobrir de onde viemos, como uma ferramenta para conhecer nossa arquitetura, nossos sonhos, nossas festas e nossa classes sociais. É ouvir o que Tarsila falava em suas pinturas, um cenário de luz e poesia nacional.
Tarsila sabia das coisas!
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