Tradição e Unidos da Barra da Tijuca lançam sinopses

O Carnaval Carioca (21/09/2018)   

Mais duas escolas divulgaram suas sinopses para o próximo Carnaval. Confira os textos:

 

Tradição




"Gira, baiana. Salve as mães do samba!"

Minha mãe nasceu na Bahia.
Terra de todos os Santos e São Salvador
Vida sofrida, mas repleta de amor
Com seus quitutes alimentava quem mais precisava
Era um canto de acalanto e muita dor
Mãe negra, pobre e de bom coração
Saiu de sua terra por conta da exploração
Emigração era a única solução
Filhos de escravos não tem chance, não senhor!
Ou vai para a capital fazer faxina
Ou morre de fome sem nenhum valor
Mãe baiana no Rio de Janeiro aportou
Capital da república
Lugar de gente importante, patrão e feitor
Mas não veio só
Veio paramentada com o canto da senzala, o batuque da cozinha e o pano da Costa das yamis
Nas casas simples do centro da cidade
Mãe preta fazia seu batuque para contemplar seus orixás
Nós, netos de escravo, fazíamos samba para no rancho sambar
Antes era corso, depois cadência de rancho
Mas, a polícia não gostava não, meu senhor
Batuque era contra as leis de doutor
Gente graúda e fina que não nos aceitava
Arte excluída
Arte de gueto
Arte marginalizada
Mas, mãe preta sabia do nosso valor
E em noites de lua cheia saldava nosso fervor
Era samba de raiz e samba para preto se orgulhar
E na casa de mãe baiana, o batuque tinha seu lugar
Mas, a polícia batia
Querendo investigar
E caçava a gente
Para samba não sambar
Era então quando mãe baiana protegia todos nós
Dizia que era culto religioso
Era canto de uma só voz
Era saudação para os orixás, seu moço
Aqui não tem bagunça
A polícia ia embora
Mãe preta protetora
Salvou nossas vidas e de nossa memória
Memória de senzala
Memória de axé
Que deu origem ao batuque e partido alto, com as bênçãos do candomblé
Mãe também era tia
Tia também era mãe
Todos unidos numa só família
Em proteção de geração para geração
Mas, o tempo passou
E o samba ganhou seu lugar
Ah, seu moço
Como me orgulho em falar
Os ranchos viraram escolas de samba
E ganhamos as ruas para sambar
E não tinha como ter samba sem ter a mãe no altar
Nossa mãe do samba tinha que presente estar
Juntas, eram nossas defensoras
E agora a rua era nosso lugar
Fomos aplaudidos pelo povo
E arrastamos multidões
Nosso estandarte virou bandeira
Fundamos as agremiações
Mãe preta abençoou
E fomos fomos desfilar
Todos orgulhosos
O samba agora tinha seu lugar
O povo queria sambar
O tempo passou
A modernidade chegou
Mas, nunca deixamos de lembrar
Que mãe preta baiana é essência
Cultura popular
E que uma escola sem baiana
Não pode desfilar
Obrigado, senhor
Mãe baiana está viva
E nunca morrerá
De geração para geração elas não param de girar
E com o amor de uma grande mãe
Hoje, tem o seu lugar
A Tradição está de joelhos
Para essa história reverenciar Tú, mãezinha, és nosso enredo
Mães do samba: nosso aplausos!
Saravá!


 

Unidos da Barra da Tijuca




"Eu não sei se você é, mas eu sei que eu sou, Barra da Tijuca meu amor"




Sim… eu já estava aqui…

Quando eu te via, assustado, nas gigogas eu me escondia.

Bobo eu era, vivia submerso. Mas é apaixonado que lhe confesso. Durante o dia confundia o céu com o azul cintilante do mar, e a noite por entre a mata verdejante até a lua enamorada, vinha tocar minha morada.

Sim! Eu sou feliz, nasci aqui, eu sou raiz e posso te contar.

Antes aqui era Sertão. Pouco habitada, fauna e flora em todo seu esplendor.

Naquela manhã fui acordado com uma grande explosão! Muita gente! Já gostei! Entrei no clima e fui mudando minha rotina.

Animado e sorridente mais uma vez me fiz presente.

Pode crer, aquela espécie eu jamais havia visto. Mas cadê as caudas que eu não via?

De operários eram chamados, com equipamentos e maquinários.

Um urbanista racionalista, riscou grandes avenidas. Vai mapear tudo aqui!

Moradias em destaque, condomínios sustentáveis, tem processo de reciclagem e preocupação com o meio ambiente, preservação da água e com a acessibilidade.

Preservada fauna e flora luta justa fez cumprir, uma reserva biológica foi criada no Bosque Marapendi.

Eu observo gente chegando de todas as partes, para consumir felicidade. Nos faraônicos shoppings, que oferecem um paraíso de marcas de grife a populares, para todos os gostos desejos e vontades.

E a minha comunidade? Tamo junto e misturado! Não existe diferença aqui.

E eu já estava achando tudo lindo e perfeito. O que mais eu teria direito? Emergi! Estou feliz e contente! Empreendedores, trabalhadores, novos ricos emergentes!

E a música? O maior festival do planeta, vem gente de todo o mundo.

Pois hoje é dia de rock bebê.

Alguém disse que chique e ser inteligente e culto, coisa sem problema aqui, com inúmeras opções, em modernos teatros, avançadíssimos cinemas.

Já te falei da minha praia? É a maior praia do Rio. Tem quilômetros de beleza e muita preservação.

Ondas fortes e turbulentas, onde se praticam surf e bodyboard, os campeonatos rolam aqui.

Pode pescar. Tem: kiteSurf, windsurf, futvôlei, frescobol, Slackline e Stand Up Paddle. Tá valendo a caminhada, e na ciclovia a pedalada.

Mas que bela Honraria, sediamos as Olimpíadas! Logo em seguida com muita emoção as paraolimpíadas.

Quem chega e sai, vem e vai fácil, podendo escolher entre o moderno e veloz metro, e vias expressas que tornaram a barra pertinho de toda a cidade.

Quanto orgulho do meu bairro que tão rápido vi crescer..

Venha, fique a vontade, ela é a Caçulinha da cidade.

Empreendimentos, moradia, cultura preservação, esporte e lazer, entretenimento, acessibilidade.

E o que eu quero te dizer, é que é tudo fato! A Barra é tudo isso! Não é papo de jacaré!

Pois é, o nosso coração também é bamba, agora não falta mais nada! Apresento a vocês o G.R.E.S Unidos da Barra da Tijuca.

Pois, EU NÃO SEI SE VOCÊ É, MAS EU SEI QUE EU SOU, BARRA DA TIJUCA MEU AMOR!
 
 

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