Villa Rica lança sinopse de enredo africano

O Carnaval Carioca (14/05/2018)   

"África Brasil: sangue, suor e lágrimas. A herança que nos uniu"

Negro na África não era escravo. Eram reis, rainhas, guerreiros e por aí vai.

A escravidão chegou lá com os europeus no século 15. No primeiro milênio antes de Cristo já havia registro de africanos do Saara escravizados por árabes.

E, além disso, os prisioneiros das guerras entre os impérios africanos eram escravizados, quando não sacrificados em oferendas aos deuses das religiões tradicionais do continente.

Também eram ofertados como presente para reis locais. Trabalhavam nos palácios em atividades domésticas e agrícolas e eram integrados a exércitos que os haviam derrotado.

"Alguns historiadores defendem, porém que essa escravidão interna era bem menos cruel do que a implementada pelos europeus."

O tráfico negreiro durou quase 400 anos entre o início do século 16 e o fim do século 19.

A rota da escravidão transatlântica percorreu nove (9) países: Cabo Verde, Senegal, Guiné Bissau, Gana, Togo, Benim, Nigéria, Angola e Moçambique.

Aqui no Brasil os que resistiram à viagem aportavam em: Pernambuco, Bahia, Rio de Janeiro e Amazônia.

Grupos Étnicos mais afetados: Jejes, Akans, Mondês, Chambóis, Ambundos, Bacongos, Jalofos, Iorubás, Igbos, Macuos.

Os europeus compravam escravos com objetos:

Um espelho = 2 escravos

Uma garrafa de gim = 2 escravos

Um guarda-sol = 40 escravos

Um canhão = até 100 escravos

Vejam que absurdo, mas era o que o negro valia no mercado. Pois além de serem arrancados de seus países de origem eram trancados em Barracoons e Quintalões. Ficavam nestes lugares por meses antes de embarcarem para o Brasil.

Mulheres e crianças ficavam separadas e isoladas. Nestes lugares um dos cômodos funcionava como sala de inspeção onde fiscais examinavam olhos e dentes e lhes desferiam socos no estômago para medir sua resistência e aptidão para o trabalho pesado nas fazendas que duravam cerca de 18 horas de labuta com direito a uma (1) fatia de pão por dia.

O último navio negreiro partiu para o Brasil segundo historiadores em 1888. Negros africanos sendo obrigados a protagonizarem essa barbárie sem saber se um dia voltariam a sua terra natal para reencontrarem seus pais, filhos e parentes deixados bruscamente para trás.

Toda essa trajetória serviu para mostrar que o Brasil jamais formaria sua identidade nacional e cultural sem reconhecer suas raízes africanas.

A capoeira, o samba, o futebol, o candomblé são marcas valiosas do nosso patrimônio cultural. Não teriam sido concebidos por nós, brasileiros sem o DNA africano.

E mesmo assim o negro ainda sofre com o racismo velado ou não mundo a fora e reproduz na sociedade atual as mesmas chagas. Mesmo assim somos todos África e África é Brasil.

Então, temos muito da África em nós. Nossa história não seria a mesma sem a África.

Carnavalesco: Juniel Dias

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