Série A: Estácio, Padre Miguel e outras escolas definem seus hinos
O Carnaval Carioca (04/09/2017)   

Sete escolas da Série A escolherem seus sambas para o próximo Carnaval. Estácio, Padre Miguel, Porto da Pedra, Império da Tijuca, Cubango, Santa Cruz e Unidos de Bangu lotaram suas quadras.

Conheça as obras:

Padre Miguel

"O Eldorado Submerso - Delírio Tupi-Parintintin"

Compositores: Claudio Russo, Xande de Pilares, W. Corrêa, Ribeirinho, Alan Santos, Toninho do Trayler, Carlinhos do Mercadinho, Cabeça do Ajax e Jefinho Rodrigues

O dia vai raiar
A Unidos vem contar, que ouvindo o chamado do pajé
Saí do beiradão entre o real e a ilusão
Pra mergulhar nas águas do igarapé
Senti quando vi Macucauá
O desejo de brilhar, feito a luz das três Marias
Senhor me responda o que preciso entender?
Irmão há um mistério que habita cada ser!
Você renasceu com a missão de se encontrar
No abraço da fera encantada
Aquela que guarda o fogo no olhar

Clareou cidade dourada
No fundo das águas a encantaria (bis)
O Amazonas tem na alma a criação
O começo e a razão delirante de magia


Oh Yara! Oh Yara!
Na correnteza o sol e a lua vêm bailar
Oh Yara! Oh Yara!
Em seu castelo enfeitiçado ouvi cantar
Índio Tupari prendeu Naoretá
Ao ver Mapuí lembrei de voltar
As margens da floresta vi brotar
Meu boi bumbá, a pajelança dos Parintintins
No festival de canto e dança ancestral tupi
Misturo encarnado e anil
Ecoa toada no samba
Auê Brasil! Passista de cunhã-poranga

No eldorado eu sou guerreiro Parintin
A vida caprichou, se garantiu em mim (bis)
Beijando o rio-mar, a noite tece o véu
Pro boi vermelho de Padre Miguel



Estácio

"No pregão da folia, sou comerciante da alegria e com a Estácio boto banca na Avenida?"

Compositores: Alexandre Naval, Filipe Medrado, Luiz Sapatinho, Pelé, Thiago Sousa, Rodrigo Armani e Diego Tavares

Raiou o esplendor de um novo dia
A melhor mercadoria tenho aqui pra ofertar
Eu sei, tudo tem o seu preço
Ganhei o teu apreço, vim de além mar
Do escambo nasce um laço de união
E o nativo é protetor do nosso chão
Vi nesta cidade a negra força que lutou por liberdade
Em aquarela retratei ser vendedor uma arte

Quem vai querer? Quem quer comprar?
Tem alegria, amor, pode chegar (bis)
De porta em porta levo o meu tesouro
Sou o povo! Sou Estácio de Sá!


O imigrante trazendo esperança aportou
Trabalhador, braço forte da nossa nação
E no "me dê me dá", comércio popular
Na feira livre tem desconto pra você
E no "me dá me dê ", no  "toma lá, dá cá "
"Balangandãs e joia rara " pra vender
Eu sou mercador dessa folia
Sambista de  "berço ", de corpo e alma
Na era da modernidade
Sou tradição, uma escola de verdade

Bota banca na avenida… meu Leão
Bate no peito, desce o São Carlos (bis)
É meu orgulho maior…  "Deixa Falar "
Pra sempre vou te amar!



Porto da Pedra

"Rainhas do Rádio - Nas Ondas da Emoção, o Tigre Coroa as Divas da Canção!

Compositores: Bira, Oscar Bessa, Duda Sg, Márcio Rangel, Alexandre Villela, Guilherme Andrade, Adelyr, Bruno Soares e Rafael Raçudo

Vem reviver
Tempos de glamour e de fascinação
No ar, a magia de uma estação
Sonhos da  "feliz cidade "
Num rio de saudade mergulhei
E encontrei lindas melodias
Onde a poesia fez morada
Nos braços da Guanabara
Um eldorado de amor
Corações arrebatou

A alma do Brasil ecoou, reluziu
Ao som da Rádio Nacional
Paixão sem igual (bis)
Que nos encantou
Sintonizou…


Ah! Tão belas vozes em notas musicais… imortais
Rainhas que o povo escolheu pra amar
E a vida inteira adorar
Um súdito aos teus pés eu sou
No meio da rua cantando eu vou
Ao baile da consagração
Ser mais um fã em devoção
Meu Porto da Pedra num cortejo divinal
Faz o seu carnaval

São dez estrelas a brilhar
Nas ondas da emoção (bis)
Meu Tigre vem coroar
As divas da canção



Império da Tijuca

"Olubajé – Um Banquete para o Rei"

 Compositores: Marcio André, Elson Ramires, Paulo Lopita 77, Núia e Samir Trindade

Quando Nanã gerou
Entregou seu filho a Iemanjá
Com todo amor ela cuidou
E lhe curou, na imensidão do mar
Salve o esplendor brilhante da manhã
Do filho iluminado de oxalá e nanã
Ele voltou…
Caçador, feiticeiro e bom de guerra
Batizado, senhor do sol e da terra

Obaluaiê jêjê nagô, é oluaiê, chama e calor
A cura de todo mal cobriu na palha (bis)
Pode ter fé a magia do velho não falha


Sapaktá tribo dos ancestrais
Reinam mães senhoras e os orixás
Ossain nas folhas o poder
Iroko, yewa, arroboboi oxumarê
Eu quero ver omolu dançar
No opanijé com o seu xaxará
Tem pipoca no alguidar, mandigueiro
Sinfonia imperial chegou no terreiro
Atôtô baluaiê meu pai vem nos valer
O banquete para o rei vamos te oferecer
Espelho de gente guerreira
Que dá o suor na labuta, e faz Olubajé
No Império da Tijuca

Araloko, araloko pajuê
Ê pajuê ê pajuê (bis)
Vem o morro da Formiga, vem pra vencer



Cubango

"O Rei que Bordou o Mundo"
 
Compositores: Gabriel Martins, Bello, Wagner Big, Junior Fionda, Marcio André Filho, Jairo e Gigi da Estiva

Velas ao mar que o vento leve
Por mares da insanidade navegue
Delírios, sonhos, devaneios
Por sete anjos me guiei
Num sopro divino, me fiz peregrino... andei
E não me fiz entender
Pensamento aprisionado por meus irmãos
Na mente a procura de ser
Enviado pela voz, o rosário da razão
Mas a arte irrompe a pele
Bordando o destino, a direção

O bem e o caos, rainha ou peão
No bispo o senhor a salvação (bis)
O inventário em jogo, a luz dos olhos teus
Ao tabuleiro as mãos de deus


Parti pra fazer a minha chegança
O mundo enfim pude recriar
A emoção nos tempos de infância
Sagrado samba que faz relembrar

Do manto e suas coroas
Quilombos na escravidão (bis)
Candeias e cabaças
Alma do sertão


Sou mais um negro
Orgulho dos meus ancestrais
A vida eu colori de paz
Nas páginas brancas da memória
Tingi de verde a minha história

Resgata Cubango o meu grande amor
Insano … Nessa avenida eu vou (bis)
Trançando em arte o sentimento mais profundo
 Eu sou o rei que bordou o mundo



Santa Cruz

"No voo mágico da Esperança, quem acredita, sempre alcança"

Compositores: Preguinho, Tatiane Abrantes e Claudio Mattos

A esperança vai me guiar
Por esse mundo de tormento
Farei de ti o meu alento
Por todas as minhas andanças
Um coração de criança
é nossa força pra viver
Hei de levar comigo os sonhos meus
Despertar o sentimento lá no fundo
Pois sou filho do dono do mundo

Eu levo trevo e figa de guiné
Faço da crença o meu patuá
Vi o meu destino nas estrelas Deu Santa Cruz, pode acreditar
Pode acreditar, minha fé não costuma  "faiá "


E ela move montanhas
Basta fecha os olhos e ela agradecer
Fazer o bem sem olhar a quem
Na esperança de um novo dia nascer
Quem dera eu escrever o meu futuro
Que o planeta fosse um lugar mais puro
E o amor o combustível para caminhar
Que meu Brasil, se torne o país das maravilhas
Tão belo como cantam as poesias
 No verde e branco, é só acreditar

Na Santa Cruz de um menino
Que ensinou um dia o que é amar
E hoje eu sou um peregrino
Nessa avenida a cantar (É só acreditar)



Bangu

"A Travessia da Calunga Grande e a Nobreza Negra no Brasil"

Autores: Diego Nicolau, Dudu Senna, Richard Valença, Renan Diniz, Orlando Ambrósio, Rafael Tinguinha, Rafael Prates, André Kaballa, Marcio de Deus, Washington Motta e Ivan Câmara

 A linda lua de África
 Vai refletir, na tua pele (negra)
 Somos herdeiros do Alafin de Oyó
 O elo maior com a natureza
 Olhar de serpente, nobreza de raça
 Que quebra a corrente
 E não se entrega não
 Tem a valentia de um leão
 Brilhou…
 Nos olhos o fogo ancestral
 Alumiando o ritual
 O céu e o mar, Orum e aiyê
 Se unem pra te proteger

 Ôôôô calunga é dor
 É um clamor por piedade
 Ê maré! Que dança
 Ê maré! Balança o tumbeiro
 Velho prisioneiro da desigualdade
 Ôôôô calunga é dor
 É um clamor por piedade
 Ê maré! Que dança
 Ê maré! Balança o tumbeiro
 Oceano inteiro é pranto de saudade


O brado de Agotime ecoava
Rainha, mãe naê do agongonô
Galanga virou Chico-rei
Palmares é o meu ylê
Tem festa no quariterê
Seguindo em devoção eu vou
Ao ébano altar da  "ginga "
Toque de cabaça enfeitiçado
 Eu quero ver o negro ser coroado
 No porão da fé ôôô
 Leva afefé, meu afã (pro mar)
 E eterniza esse canto yorubá

 Eabadeiaia
 Iaia aiê eabadeiaia eiaiá (bis)
 Eabadeiaia
 Iaia aiê eabadeiaia Bangu vai cantar!  

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