Com um samba mais melódico e menos vibrante que o Salgueiro e a Portela (escolas que mexeram com o Sambódromo em seus treinos), a Tijuca fez um ensaio tecnicamente correto, ontem à noite. No meio do Carnaval, a escola conquistou a fama de ter ótimos quesitos e é assim que ela tem alcançado as primeiras posições nos últimos anos.
Bem animada, a comissão de frente de Alex Neoral fez uma simpática dança com inspiração caipira, que é apresentada também nos ensaios comerciais da quadra. Julinho e Rute, o competente casal de mestre-sala e porta-bandeira, foi fantasiado de espantalho e milho, em referência ao enredo rural "Semeando Sorriso, a Tijuca festeja o solo sagrado".
O ótimo samba (assinado pela parceria de Dudu Nobre) foi muito bem defendido pela forte comunidade tijucana. No espírito do enredo, várias alas desfilaram com chapéus caipiras. Na ala dos passistas, a novidade foi Lucinha Nobre (renomada porta-bandeira que está sem agremiação neste ano e que já defendeu a Tijuca) estreando no segmento.
A bateria "Pura cadência" fez jus ao nome e manteve o andamento perfeitamente. A boa interpretação de Tinga no microfone também ajudou o treino a fluir tranquilamente para os componentes.
Enquanto muitos apontam somente escolas que desfilam na segunda-feira como fortes favoritas ao campeonato, a azul e branca do Borel mostrou que está fazendo bem o trabalho dela (fora o chão forte, o barracão é um dos mais adiantados da temporada) e pode surpreender mesmo sendo a sexta de domingo a se apresentar. Vale lembrar que, nos últimos seis anos, a agremiação venceu três vezes e sempre em anos pares. Será quem em 2016 a coincidência pode se repetir? O solo parece que já foi bem semeado.