Desde 1984, a Portela não põe a mão no troféu de campeã do Carnaval. São gerações de torcedores que nunca viram sua escola vencer. Mas, no ensaio de ontem, na Sapucaí, a comunidade provou que está fazendo de tudo (ao menos nos quesitos de chão) para voltar a comemorar um campeonato. Os componentes cantaram com força e alegria todo o ótimo samba "No voo da águia, uma viagem sem fim...", contagiando o público que lotou as arquibancadas e frisas. Aliás, ao menos três setores foram ocupados por torcidas organizadas da agremiação, que deram um show com bandeiras e bolas.
Inspiradas no enredo, muitas alas foram enfeitadas com adereços como chapéus, perucas, máscaras, turbantes e sombrinhas orientais. As passistas capricharam ainda mais no visual e foram fantasiadas de águia, com direito a penas brancas na roupa e chapéu com a cabeça da ave. Outro ponto alto da noite, foi a talentosa bateria do Mestre Nilo, que deu a cadência certa para a harmonia e evolução.
Comandada agora por três coreógrafos, a comissão de frente masculina fez uma dança com a bandeira da Portela. No desfile oficial, o segmento vai representar "Odisseia", do poeta grego Homero. E, como é de costume do carnavalesco Paulo Barros, haverá muitas surpresas nessa abertura. Uma delas, será um componente que vai "voar" usando um flyboard, aparelho que emite jatos d´água.
Aliás, Barros foi uma ausência sentida no treino. Boatos de que o artista teria brigado com a escola foram desmentidos pela direção.